Um rumor
surgiu recentemente dizendo que o Google quer criar seu próprio serviço de TV a
cabo. Isso transformaria o Google de um mero proprietário de um site de vídeos
por streaming em um competidor com gigantes de telecomunicações. Isso
significaria que o Google teria uma indústria completamente nova para tentar
dominar. E isso nos deixa com uma questão no ar: o Google já não domina
indústrias demais?
A
resposta para esta pergunta depende muito do seu modo de ver o mundo. O Google
é uma empresa enorme, com projetos que vão desde o negócio de anúncios com o
AdSense a cartografia digital com o Google Maps, além de tecnologia de consumo
futurista com o Google Glass. Também há uma série de outros produtos que o
Google desenvolve e você provavelmente nunca ouviu falar. (Você sabia que o
Google está no mercado de comercialização de energia? É verdade!) Mas é difícil
entender a escala da situação sem uma lista de tudo o que o Google faz
atualmente. E esta lista está logo abaixo, para você checar. E lembre-se: essas
são as coisas que sabemos.
Publicidade.
É isso
que faz o Google continuar funcionando. Os pilares principais da área de
publicidade do Google incluem o AdWords, os anúncios simples em texto que você
está acostumado a ver em toda a internet, e o AdSense, o programa que entrega
esses anúncios. Também há o AdMob, a área de publicidade móvel que o Google
pretende desenvolver até chegar no mesmo nível dos outros anúncios, e o
DoubleClick, a suíte de ferramentas de gerenciamento de anúncios para quem quer
fazer eles funcionarem direito. Se o Google tiver que sair de algum dos
negócios, certamente não será desse aqui. A publicidade é responsável por cerca
de 95% de toda a receita da empresa.
Software de produtividade.
É difícil
decidir como chamar as muitas soluções de software do Google, mas é seguro
dizer que elas podem ser categorizadas como de produtividade. A oferta inclui
tudo do Gmail, ao Google Calendar e o Docs, e cada vez mais eles se tornam a
solução padrão em suas respectivas categorias. O Google chama o pacote de
Google Apps e oferece uma versão gratuita para consumidores e uma paga para
clientes corporativos.
Softwares de publicação.
O Google
entrou no trem de auto-publicação da internet muito antes de outros grandes
nomes. E isso inclui produtos como Blogger, Google Sites (antigo Jotspot) e
Picasa, o site de compartilhamento online de fotos. É bem provável que, em
breve, eles se tornem apenas recursos do Google+.
Sistemas operacionais.
Do lado
dos desktops a oferta é o Google Chrome, o navegador que nos últimos anos
assumiu uma nova vida com a chegada do Chrome OS. Combinado com os softwares de
produtividade da empresa, você pode rodar praticamente tudo o que precisa no
seu computador usando apenas softwares do Google. Se preferir trabalhar no seu
smartphone ou tablet, o Google é o responsável pelo sistema operacional móvel
mais popular do mundo, o Android.
Celulares.
Recentemente,
vimos o Google sair do mundo dos pixels e começar a explorar o mercado de
hardware. A ação mais agressiva da empresa foi a compra da Motorola Mobility
por US$ 12,5 bilhões em 2011. Agora estamos começando a ver os primeiros frutos
deste trabalho, após o presidente do Google, Eric Schmidt, ser visto usando o
Motorola Moto X na semana passada. No passado, o Google fez parcerias com
empresas como a HTC para criar hardware, mas o Moto X será o primeiro
smartphone totalmente feito pelo Google.
Laptops.
O plano
vai além dos smartphones. O Google também entrou no mercado de laptops após
lançar o seu Chromebook Pixel. O Google também trabalhou com outras fabricantes
como Samsung e Acer nos seus Chromebooks (que são bem baratos), rodando o seu
sistema Chrome OS.
Mapas.
É
engraçado pensar nisso. O Google também é uma das empresas mais inovadoras de
mapeamento do mundo. Você só precisa olhar para alguns recursos do Google Maps,
como o Street View ou as direções curva-curva, ou até mesmo os mapas 3D. O
Google também se apoia nas possibilidades de GPS para fazer coisas como o
Panoramio, um app pouco conhecido que dá a possibilidade dos usuários enviarem
suas fotos com os dados de geolocalização incluídos nela. Se muita gente fizer
isso, o Google poderá efetivamente criar um modelo 3D de todo o planeta. Muita
gente precisaria enviar as fotos, no entanto. Até lá, temos o Google Earth para
nos mostrar como são as coisas por aí. Além do Google Mars.
Vídeos online.
Em uma
palavra: YouTube. O Google é o orgulhoso proprietário do maior site de vídeos
do mundo, onde há muito mais do que clipes de como se maquiar ou crianças
caindo do skate. O site agora recebe conteúdo original profissional de centenas
de empresas diferentes, incluindo The Onion, The Wall Street Journal
e Vice. Caso o Google avance nas suas iniciativas de TV a cabo, vai ser
interessante ver como essas incontáveis horas de conteúdo do YouTube vão se
encaixar na equação.
Compras.
O Google
Play parece apenas mais uma loja de apps, mas com o tempo, o Google pretende
vender todo o tipo de coisa por ali. Além de apps, já é possível comprar
músicas, livros, revistas, filmes e até dispositivos. E com livros didáticos a
caminho do Google Play, não vai demorar muito até a loja começar a oferecer um
pacote completo para educação também.
Pagamentos.
Não seria
nada fácil comprar coisas em um site do Google se o Google também não
oferecesse uma forma de pagamento. E o Google tem um sistema de pagamento.
Conhecido anteriormente como Google Checkout, o Google Wallet é um sistema de
pagamento que cada vez se torna mais disponível em diversos tipos de
estabelecimentos. O Google Wallet usa dados dos seus cartões de crédito,
débito, gift cards, programas de fidelidade e, quando você quiser fazer um
pagamento, basta deslizar o smartphone em um sensor NFC. Mas ele ainda precisa
de muito para crescer – existem poucos sensores NFC espalhados por aí.
Redes Sociais.
Após anos
tentando, o Google finalmente tem uma rede social relativamente grande, o
Google+. Criado para funcionar como uma camada social que conecta todos os seus
produtos do Google, o Google+ se provou também uma rede social bastante
funcional, apesar de ainda sofrer com a falta de engajamento dos seus usuários.
Mas não podemos esquecer que o Google ainda é o dono do Orkut, que ainda é
grande aqui no Brasil.
Mensagens.
Fora da
sua rede social incipiente, o Google tem uma das maiores comunidades de
mensagens do mundo. O principal produto é o Google Talk, serviço de mensagens
instantâneas ancorado no Gmail, mas o Google também busca o front mobile com o
Google Voice. Além de chamadas telefônicas básicas, o Voice também facilita o
envio e recebimento de mensagens SMS no seu browser. A grande novidade na área
é o recém-anunciado Google Hangouts, que pode se tornar o recurso mais
importante nos smartphones.
Telecomunicações.
Lançar
seu próprio serviço de TV a cabo seria uma nova aventura para o Google, mas a
empresa já brinca há alguns anos na indústria de telecomunicações. Tudo começou
quando o Google lançou o Google Voice, o que tornou empresas de telefonia de
longa distância obsoletas ao diminuir drasticamente suas taxas. O Google passou
a ter controle dos cabos no ano passado ao lançar o Google Fiber, seu serviço
de internet ultrarrápida. E ainda há o Google TV – portanto, oferecer TV a cabo
seria apenas uma forma do Google completar seu portfólio.
O futuro.
E isso é
o que o Google faz hoje. Quem sabe o que vem por aí? Seguindo os passos da
rival do Vale do Silício Apple, a empresa está produzindo muitas coisas em
segredo. O lar de projetos de pesquisa e desenvolvimento secreto é o Google X,
um prédio de dois andares no campus do Google que trabalha em ideias como o
carro sem motorista. Outro grande projeto que veio do Google X pode não apenas
definir o futuro do Google, mas também o da tecnologia em geral. Ele pode ser
descrito em duas palavras: Google Glass.
Fonte:
Gizmodo.