O secretário-geral da União Internacional das Telecomunicações (UIT),
Hamadoun Toure, ressaltou que a comunidade tem que buscar mecanismos de
combate aos ataques virtuais. Toure chamou esse combate de “guerra
cibernética”. A afirmação dele ocorre no momento em que o Brasil e o
mundo discutem mecanismos de proteção a dados na internet após a
divulgação as denúncias de espionagem por agências norte-americanas.
"Há uma 'ciberguerra' em curso”, disse Hamadoun Toure. "Tal como na
guerra convencional, não há vencedores, só destruição", destacou ele,
durante conferência em Genebra, na Suíça.
Segundo Toure, as consequências de uma “guerra cibernética” podem
causar “enormes perdas financeiras ou mesmo o caos social”. De acordo
com ele, os governos e as empresas mundiais têm que pensar em conjunto
como enfrentar a ameaça. "Ninguém pode conseguir fazê-lo por si. Temos
que mudar a mentalidade", disse.
Para Toure, na liderança do que considera uma guerra cibernética "não
existem superpotências", uma vez que vírus e outros ataques podem ser
desencadeados a baixos custos. "Temos que tratar o ciberespaço tal como
tratamos o mundo real", ressaltou.
O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse na semana
passada que o governo do Brasil pretende encaminhar a preocupação com o
monitoramento de contatos eletrônicos e telefônicos às instâncias
internacionais.
O chanceler quer recorrer à Assembleia Geral da Organização das
Nações Unidas (ONU) na tentativa de definição de normas claras de
comportamento para os países quanto à privacidade das comunicações dos
cidadãos e a preservação da soberania dos demais Estados e também à
União Internacional de Telecomunicações (UIT). Na UIT, Patriota pretende
apelar para o aperfeiçoamento de regras multilaterais sobre segurança
das telecomunicações.
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