O setor de tecnologia da informação (TI) vive um momento especial no
Brasil. De acordo com a Brasscom, entidade que representa as empresas do
setor, em 2012 as companhias de TI movimentaram 123 bilhões de dólares
no país, 20% mais do que no ano anterior.
Mas há um problema: os salários da área têm crescido num nível
que já não é considerado sustentável pelas companhias. Segundo a
consultoria Towers Watson, de 2008 até hoje o rendimento dos
profissionais de TI cresceu quase 30% — ou 6% ao ano. No mesmo período, a
inflação acumulada foi de 22,4%.
“Quando se consideram os benefícios concedidos às pessoas da
área, o impacto é ainda maior do que o registrado nos salários”, afirma
Christian Mattos, da Towers Watson. E não há sinais de que o quadro seja
reversível.
De acordo com a Brasscom, só em São Paulo em 2013 devem se
formar 20.000 profissionais a menos do que o segmento vai demandar. Para
contornar o problema, o Grupo Meta, de consultoria e serviços em TI,
resolveu parar de disputar funcionários com a concorrência e inaugurou
em abril, em São João do Polêsine, no interior do Rio Grande do Sul, um
novo centro de TI.
Ao longo dos próximos três anos, o núcleo vai contratar 200
pessoas. O objetivo da mudança é fugir do leilão de salários e reduzir a
rotatividade. “Pego o jovem no início de carreira e ofereço emprego
onde ele vive. Com isso, tendo a ter uma retenção maior”, diz Claudio
Carrara, vice-presidente do Grupo Meta.
Já o Grupo i9 foi buscar no exterior o profissional de que
precisava. A empresa contratou o holandês Edwin Zuidema, que desde julho
de 2012 está no cargo de arquiteto de soluções.
“Precisávamos de alguém que dominasse uma tecnologia nova, que
ainda não existia no Brasil. Seria praticamente impossível encontrá-lo
aqui”, diz Fabio Sá, sócio-diretor da companhia. A Softtek, por sua vez,
trouxe ao Brasil o mexicano Sérgio Zolezzi para ocupar o cargo de
diretor de qualidade, porque não conseguiu preencher localmente.
Vista por alguns com desconfiança, a contratação de
estrangeiros é uma saída emergencial para evitar que o país fique
atrasado na criação e na oferta de serviços tecnológicos.
“O Brasil tem uma demanda por profissionais de TI duas vezes
maior do que outros países, como a Rússia”, diz Thiago Medeiros, da
Manpower, consultoria de recursos humanos. Só quando essa demanda for
atendida é que o setor de TI no Brasil poderá desfrutar, de fato, do
momento especial que tem vivido.
Fonte: Info.

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