A Grande São Paulo registrou ao menos um roubo de encomendas que seriam
entregues pelos carteiros a cada nove horas em 2012, o que obrigou os
Correios a colocar escolta em parte das entregas realizadas pelo Sedex.
Foram
instaurados 911 inquéritos pela Polícia Federal só no ano passado.
Segundo os carteiros, a escolta é feita por dois homens em um carro que
acompanha a van do Sedex.
Porém, só a menor parte das linhas conta com esse tipo de proteção, o
que deixa a maioria dos funcionários vulnerável aos assaltos. "Já fui
assaltado duas vezes neste ano e, por isso, acabei afastado das ruas",
disse o carteiro Celso dos Santos, de 43 anos, há 20 nos Correios, 10
deles como motorista do Sedex.
Segundo Guilherme de Castro
Almeida, titular da Delegacia de Repressão a Crimes contra o Patrimônio
da PF, responsável por apurar os casos, uma parte dos assaltos é
praticada por ladrões que buscam cartões bancários e que já contam com
alguém capaz de desbloqueá-los.
Ele afirma que as zonas sul
e leste da capital são os locais com mais roubos e atribui esse tipo de
crime ao crescimento da classe C, que agora tem condição de comprar
produtos eletroeletrônicos em site da internet, alvo da cobiça dos
bandidos. No ano passado, 71 pessoas foram presas em flagrante pela
participação em 44 assaltos.
Almeida conta que há uma
unidade de repressão a crimes postais em um dos centros de distribuição
dos Correios e que, até o metade do ano, haverá um software capaz de
cruzar informações para detectar as características dos bandidos em
determinada área, auxiliando nas investigações.
Os Correios afirmam que desenvolvem ações em conjunto com órgãos de
segurança pública e com o Programa de Combate ao Roubo de Carga do
Estado de São Paulo (Procarga). A empresa diz também que investe em
rastreamento.
Além de não receberem as encomendas roubadas, clientes que compram
pela internet têm encontrado dificuldade para conseguir o reembolso.
O
administrador de empresas Marcus Vinicius Espudaro, de 35 anos, teve
duas minilentes fotográficas para iPhone, que foram compradas de um site
chinês, roubadas durante a entrega. Ele acionou os Correios, que o
orientaram a procurar o site, dizendo que o objeto pertence ao remetente
antes de chegar ao destinatário. "Eu entendo que a responsabilidade é
dos Correios, cujo carteiro foi assaltado."
Os Correios
afirmam que a União Postal Universal (UPU) estabelece que qualquer
pagamento de indenização só pode ser feito ao remetente da encomenda.
Mas o especialista em relações de consumo, o advogado e professor do
Mackenzie Bruno Boris diz que o consumidor que não recebeu a encomenda
pode, sim, pleitear a indenização à empresa brasileira.
Fonte: Info.
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