O Twitter
anunciou nesta sexta-feira ter fornecido à Justiça francesa "dados que
podem permitir a identificação de alguns autores" de mensagens
antissemitas, denunciados à Justiça por uma associação de defesa dos
direitos humanos.
A transmissão destes dados "põe fim ao litígio" com a União de
Estudantes Judeus da França (UEJF) e quatro outras associações--
J'accuse (Ação Internacional pela Justiça), SOS Racismo, Movimento
contra o Racismo e Amizade entre os Povos (Mrap) e a Liga Internacional
contra o Racismo e o Antissemitismo (Licra).
As partes "concordaram em seguir colaborando ativamente para lutar
contra o racismo e o antissemitismo respeitando suas respectivas
legislações nacionais", acrescenta o Twitter em seu comunicado.
Esta colaboração tem por objetivo adotar "medidas para melhorar o
acesso ao procedimento de notificação dos tuítes ilícitos", acrescenta o
grupo. Após a divulgação de tuítes com as hashtags #unbonjuif
(#umbomjudeu) e #unjuifmort (#umjudeumorto) em outubro de 2012, as cinco
associações apresentaram uma queixa contra o Twitter.
A UEJF havia anunciado em março passado que apresentava uma demanda
contra o Twitter e seu presidente Dick Costolo por não ter respondido à
solicitação da justiça francesa de identificar os autores dos tuítes
antissemitas.
Para a Promotoria de Paris, que abriu uma investigação sobre esses
tuítes antissemitas, a decisão do Twitter possibilita a "identificação" e
a "busca" dos autores dessas mensagens.
"A mudança de posicionamento do Twitter significa no futuro a
possibilidade de concluir outras investigações e de lutar de forma
eficaz contra o racismo e todas as outras formas de discriminação",
indicou a Promotoria à AFP.
"É importante porque é o fim da impunidade para as pessoas culpadas
de infrações penais e que se refugiam por trás do anonimato ou do
pseudo-anonimato", declarou a ministra. O avdogado da UEJF, Stéphane
Lilti, explicou que acordo ocorreu em duas frentes: a primeira relativa à
transmissão de dados, que já tem sido executada, e uma segunda sobre a
modificação da interface para permitir relatar os tuítes tendenciosos.
A UEJF também protesta contra a recusa do Twitter em desenvolver uma
plataforma que permita aos usuários relatar mensagens ilegais, como é o
caso em outras redes sociais. "As funcionalidades precisam ser
melhoradas, é um trabalho que, acredito, deverá ser feito nas próximas
semanas", disse Pellerin. No final de janeiro, o Tribunal de Grande
Instância (TGI) de Paris ordenou que o site fornecesse informações para
"identificar qualquer pessoa que tenha contribuído para a criação de
tuítes claramente ilícitos".
A decisão deveria ser aplicada, apesar da intenção do Twitter de apelar.
Por não cumprir essa decisão, a rede social e seu presidente, Dick Costolo, foram acusados criminalmente em março pela UEJF, que exigiu uma indenização de 38,5 milhões de euros que seriam doados ao Memorial do Holocausto.
Por não cumprir essa decisão, a rede social e seu presidente, Dick Costolo, foram acusados criminalmente em março pela UEJF, que exigiu uma indenização de 38,5 milhões de euros que seriam doados ao Memorial do Holocausto.
Em um último episódio do caso, o Tribunal de Apelação constatou em
junho que o Twitter não tinha fornecido os dados solicitados, nem
justificação para essa atitude. Ele indeferiu a apelação. Novamente
criticado após o ressurgimento de tuítes homofóbicos durante o debate
sobre o casamento gay na França, o Twitter fez outras concessões sob a
pressão de associações.
Assim, a SOS Homofobia dispõe há alguns meses de uma conta no Twitter "especial" que lhe permite identificar rapidamente hashtags homofóbicas.
Assim, a SOS Homofobia dispõe há alguns meses de uma conta no Twitter "especial" que lhe permite identificar rapidamente hashtags homofóbicas.
Fonte: Info.
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