O principal executivo do Google para um de seus produtos mais
populares, o indiano Shiva Rajaraman, afirmou hoje, em entrevista a
INFO, que o YouTube deve se aproximar de um modelo que o transforme em
uma espécie de “televisão online”, em que o usuário sintoniza o conteúdo
que deseja e passa a consumi-lo de forma ininterrupta.
Diretor do YouTube, Rajaraman disse ainda que o serviço de
vídeos fará um grande esforço nos próximos meses para facilitar a
veiculação de vídeos ao vivo em sua plataforma e criará novas
características para permitir que os produtores de conteúdo possam ser
remunerados pela audiência que obtêm no serviço.
Por qual razão o YouTube vai incentivar a transmissão de vídeos ao vivo?
Nós acreditamos que o próximo passo para o YouTube é tornar-se um canal
de vídeos em que as pessoas podem acompanhar eventos em tempo real.
Vamos incentivar emissoras de TV e produtores de vídeos a criar talk
shows, espetáculos de música e conteúdos criativos para transmiti-los ao
vivo pelo YouTube.
Como vocês farão isso? Estamos buscando uma
série de acordos com estúdios que produzem conteúdo em larga escala e
com qualidade. Ao mesmo tempo, criamos uma API de analytics que
permitirá a esses produtores monitorar de forma mais precisa a audiência
de seus vídeos e ajudá-los a entender como podem melhorar sua
performance e monetizar seu conteúdo.
Transmissões ao vivo são mais difíceis de serem monitoradas?
Não há o risco, por exemplo, de usuários enviarem vídeos de sexo,
violência ou com conteúdos ofensivos com maior frequência do que já
ocorre atualmente? Há riscos, mas nós sabemos gerenciar isso. Temos uma
comunidade muito apaixonada, que nos ajuda a monitorar tudo o que vai ao
ar e coloca “flags” nos conteúdos que considera impróprios. Isso
funciona muito bem hoje e não vejo motivo para não funcionar bem no
futuro.
Você acredita que será possível desenvolver softwares
que analisem vídeos veiculados no YouTube e sejam capazes de descobrir
se há nudez em uma determinada imagem ou, então, se há veiculação de
conteúdo protegido por copyright? Estas tecnologias são
bastante complicadas e, no momento, não recorremos a elas. Alguns testes
com softwares deste tipo demonstram, por exemplo, que uma imagem de um
bebê nu pode ser confundida com algo impróprio. Então, confiamos no
trabalho de nossa comunidade e, claro, temos pessoas dentro da divisão
do YouTube que se dedicam apenas a ver vídeos e analisá-los sob o ponto
de vista de nossos termos de serviço.
Quantas pessoas fazem isso atualmente? Não
falamos sobre números, mas posso dizer que somos muito eficientes e
conseguimos ver grande parte do conteúdo publicado em nossa plataforma.
Recentemente, o Google pediu para a Microsoft tirar do
ar um app do YouTube para Windows Phone. Essa atitude não pune os
usuários de uma plataforma rival, no caso, um competidor do Android?
Na verdade, qualquer usuário do Windows Phone pode acessar os vídeos do
YouTube, sempre que quiser. Ele pode usar o browser, por exemplo, e nós
estaremos lá. Somos um produto ´webbased´.
Sim, mas o app poderia oferecer uma experiência mais confortável...
Não somos contra apps do YouTube para outras plataformas. Esse
aplicativo específico a que você se refere, porém, feria nossos termos
de serviço, feria nossas regras de desenvolvimento e, por enquanto,
precisou ser retirado da loja de apps da Microsoft.
Fonte: Info.

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