A Microsoft corre o risco de se tornar uma companhia
irrelevante no setor de tecnologia daqui a quatro anos, aponta um estudo
do Gartner divulgado na quinta-feira. A única saída, segundo o
relatório, seria ganhar mercado com tablets e smartphones, uma vez que o
segmento de PCs está em franco declínio.
A pesquisa indica que cada vez mais as pessoas usarão os
tablets como seu principal computador pessoal, e também que os
aparelhos Android - sistema operacional móvel do Google - vão superar os
equipamento Windows - móveis, desktops e notebooks - até 2017.
A venda de equipamentos com sistemas da Microsoft, daqui
a quatro anos, será quase equivalente, em percentual, à de iPhones e
iPads da Apple - algo que não corre desde os anos 1980, quando as hoje
gigantes inauguraram o mercado de computação pessoal.
A partir de 2015, segundo o Gartner, a comercialização
de tablets e smartphones vai superar a de computadores pessoais desktop e
notebooks. Assim, o Android e o iOS, sistema operacional móvel da
Apple, tornam-se os principais SOs do mercado. O Android, por exemplo,
estará em mais de um bilhão de dispositivos já em 2014.
"Vencer no segmento de tablets e telefones é critico
para que (a Microsoft) permaneça relevante", avalia a analista Carolina
Milanesi, do Gartner. O estudo reforça que a tendência é que aparelhos
ultraportáteis como o Surface Pro e ultrabooks finos e leves ganhem
espaço nos próximos anos, à medida que os usuários buscam mais
mobilidade.
Mais que hardware, uso.
Carolina reforça que a mudança do hardware vai além dos equipamentos e perpassa a questão do software também. "O que acontece quando o Office não for a melhor forma de ser produtivo no trabalho?", aponta. O Office corresponde a quase metade do lucro com licenças em cada PC vendido com o Windows.
A analista ainda destaca a questão da integração de
dispositivos. "O Android vai chegar a volumes três vezes maiores que o
Windows. Do ponto de vista do consumidor, a questão passa a ser: que
programa você quer usar para ter o mais alcance entre seus
dispositivos?", aponta.
Outro ponto crucial em relação aos rumos da tecnologia é
em relação ao tipo de mudança que a escolha de um ou outro aparelho
pessoal de computação representa. "Muita gente acha que essa mudança é a
mesma de quando as pessoas saíram de desktops para laptops. Mas isso
está errado. O laptop era mais móvel do que o desktop, mas com o tablet
ou o smartphone há maior adesão à nuvem para compartilhamento de
arquivos e para acesso a conteúdos", comenta.
"Além disso, é mais desenvolvida em direção ao consumo
de conteúdo do que à produção. Todos esses fatores farão o consumidor
olhar para o sistema operacional e para o que os aplicativos lhe
oferecem", continua Carolina. Ela ainda destaca que em mercados
emergentes, isso já acontece, pois quem está para adquirir o primeiro
eletrônico do gênero não opta por um PC, mas por um tablet.
Números do ano.
O segmento de computadores desktop e notebooks deve encolher 7,3% em 2013, diz o Gartner, ou 3,5% quando considerada a alta de vendas dos ultraportáteis - equipamentos pequenos e leves mas que rodam sistemas operacionais de desktop. Os tablets vão crescer 69,8%, atingindo 197 milhões de unidades vendidas - em 2012 foram 116 milhões.
Os smartphones aparecem com taxa de crescimento constante no estudo, subindo 9% neste ano para 2,4 bilhões de unidades.
Fonte: Terra.
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