A chinesa Lenovo anunciou nesta quarta-feira a
compra da brasileira CCE, numa estratégia para se tornar a maior companhia de
computadores no Brasil, posição atualmente ocupada pela Positivo Informática.
O preço base da aquisição é de 300 milhões de
reais, sujeito a ajustes.
Com a compra, a segunda maior fabricante de
computadores do mundo, que no Brasil atualmente se foca mais no segmento
corporativo, vai quase dobrar sua participação de mercado em PCs no país,
adicionando celulares e televisores
à sua linha de produtos.
"Nos últimos anos estabelecemos uma posição número 1 em
mercados emergentes e esperamos fazer o mesmo no Brasil. Atuamos forte nos
grandes mercados emergentes... Somos dominantes na China, estamos em terceiro
na Rússia e em primeiro na Índia, e estamos investindo pesado no Brasil",
afirmou a companhia em comunicado à imprensa.
Segundo o Morgan Stanley, a Lenovo está perto de
atingir o equilíbrio financeiro em mercados emergentes, mas o Brasil é a região
onde a maior parte de suas perdas ocorrem, principalmente por causa de altas
taxas de importação e fraca rede de distribuição de produtos.
A compra da CCE ocorre após a Lenovo ter investido
30 milhões de dólares em uma fábrica em Itu (SP) e feito uma oferta pela
Positivo em 2008 que foi recusada pela companhia brasileira.
"A CCE é uma aquisição excelente com sua linha
de produtos... e valiosa base de manufatura no Brasil", disse em
comunicado o presidente-executivo da Lenovo, Yuanqing Yang.
Mercado de 124 bi de
dólares
A Lenovo afirma que o mercado brasileiro de PCs,
smartphones, tablets e de televisores inteligentes (SmartTv) é avaliado em 124
bilhões de dólares. A fatia de PCs equivale a 55,5 bilhões de dólares, com
crescimento anual entre 2012 e 2016 estimado em 12 por cento. Enquanto isso, o
mercado de smartphones brasileiros corresponde a 48 bilhões de dólares.
Na terça-feira, a Positivo anunciou sua entrada no
mercado de smartphones, para complementar sua linha de produtos que além de
computadores recebeu incrementos recentes com modelos de tablets.
A CCE é controlada pela Digibras, criada em 1964. A
companhia tem sete fábricas no polo industrial de Manaus e em São Paulo, cerca
de 6 mil funcionários e faturou 1,6 bilhão de reais em 2011. A empresa produziu
no ano passado 774 mil PCs e expectativa para este ano é de 887 mil unidades.
Segundo a Lenovo, a equipe de administração da CCE,
comandada pelo fundador Roberto Sverner, será mantida e a empresa não vê
necessidade de demissões por conta da complementaridade dos negócios das duas
companhias.
As ações da Lenovo encerraram em queda de 7,5 por
cento nesta quarta-feira, depois que a japonesa NEC vendeu toda a sua
participação na companhia chinesa por cerca de 230 milhões de dólares.
Fonte: Info