As demandas contra as operadoras de
telecomunicações nos Procons do Brasil subiram 55% no primeiro semestre
em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo dados obtidos com
exclusividade pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da
Agência Estado, junto ao Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor
(DPDC), da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) do Ministério da
Justiça, foram registradas 277,8 mil demandas no Sistema Nacional de
Informações de Defesa do Consumidor (Sindec) relativas a
telecomunicações.
Isso representou 24,39% do total dos mais de 1,1 milhão de registros
recebidos. No mesmo período do ano passado, foram 179 mil demandas de
telecomunicações - 20,7% das mais de 861,2 mil atendidas pelo órgão. O
Sindec consolida informações de 25 Procons estaduais e 211 municipais.
São 446 unidades espalhadas por 293 cidades, que atendem em média 174
mil consumidores por mês.
Novas queixas.
A novidade no período foi a liderança da telefonia fixa. De janeiro a
junho, o número de atendimentos soma 102,2 mil, alta de 90,1% sobre o
mesmo período do ano passado. Assim, esses serviços tiveram 8,98% das
demandas entre todos os setores atendidas. A telefonia celular, porém,
continua entre as maiores demandas nos Procons. Foram 100,3 mil
registros no primeiro semestre, uma alta de 27,6% sobre o ano passado.
O número de reclamações poderia ser maior ainda. Segundo a
coordenadora institucional da associação de consumidores Proteste, Maria
Inês Dolci, muitos clientes não recorrem ao Procon. “As pessoas estão
partindo diretamente para a troca de operadora”, afirmou.
Entre as principais queixas contra operadoras estão problemas com a
cobrança do serviço (149 mil demandas), falhas no contrato (34,7 mil),
atendimento de SAC (24,6 mil), serviço não fornecido ou não concluído
(21,9 mil) e serviços mal executado, inadequado ou impróprio (9,3 mil).
Segundo Maria Inês, a alta das reclamações contra telefonia fixa
ocorre porque as empresas estão ampliando a atuação regional. “Novas
operadoras passaram a oferecer o serviço em novas áreas e os
consumidores, em muitos casos, sofrem com problemas desde ruídos nas
ligações à falta de um atendimento local”, disse.
O representante das teles e diretor executivo do Sindicato Nacional
das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal
(Sinditelebrasil), Eduardo Levy, afirma que as empresas são os maiores
alvos das reclamações dos consumidores porque têm uma elevada base de
clientes.
Nos demais serviços de telecomunicações também houve alta nas
reclamações. Na categoria de TV por assinatura, foram 48,1 mil demandas,
um aumento de 61%. Os serviços de internet somaram 27 1 mil (avanço de
62,3%). Dessa forma, os serviços de TV paga representaram 4,2% das
demandas gerais encaminhadas ao Sindec, e as de internet, 2,3%.
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