26 de mar. de 2013

Sorvete probiótico pode ser a sobremesa do futuro.

Iogurtes que regulam o funcionamento do intestino já são velhos conhecidos dos brasileiros. Agora, a tecnologia de alimentos investe em métodos inovadores de elaborar comidas gostosas, como o sorvete, para que elas façam bem para a saúde.
A pesquisadora Priscilla Pereira criou um sorvete feito com leite fermentado e com microrganismos probióticos em sua composição durante seu mestrado em Ciência de Alimentos pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). A sobremesa saudável com pouca gordura mata a vontade de comer doce, regula o funcionamento do intestino e estimula o sistema imunológico.
Em entrevista a INFO, Priscilla explica que teve a ideia de criar o sorvete probiótico por causa da alta demanda de consumidores em busca de alimentos saudáveis. "Decidi desenvolver um produto muito consumido no mercado brasileiro e que já tivesse uma boa aceitação pelos consumidores", afirma.
Durante sua pesquisa, Priscilla testou colocar no sorvete Lactobacillus acidophilus. Esses probióticos são microrganismos vivos, como bactérias ou leveduras, que fazem bem quando ingeridos em uma quantidade adequada. Os probióticos permanecem vivos no organismo de um ser humano mesmo após passar pelo sistema digestivo. Por chegarem vivos ao intestino, eles podem trazer vários benefícios.
Alimentos probióticos são bons não apenas para regular o funcionamento do intestino. Quem consome esse tipo de comida pode sentir alívio nos sintomas da intolerância a lactose, por exemplo. Priscilla afirma que esses microrganismos vivos também podem ajudar na redução do colesterol, na prevenção de cáries e até contra doenças de pele.
Já é costume das farmácias vender esse tipo de microrganismo em sachês, cápsulas ou em pó, por exemplo. A diferença entre os alimentos e os remédios está no tempo de vida dos microrganismos. Os probióticos vivem menos nos alimentos. Por isso, a comida deve ser muito bem refrigerada para aumentar a vida dos microrganismos.



O consumo dos probióticos é muito mais prazeroso e saboroso quando é feito por meio de um alimento, e não de um remédio. "O consumo de probióticos por uma criança ou idoso é mais fácil quando o microrganismo está em uma comida gostosa, e não em um medicamento", diz Priscilla.
Por ser um alimento bom para a saúde, a indústria alimentícia de vários países já investe nessa tecnologia. "Chicletes com microrganismos probióticos já são comercializados nos Estados Unidos", diz. A novidade ainda não é vendida no Brasil. Mas é possível encontrar iogurtes, manteigas, leites fermentados, queijos, mingau e até papinhas com microrganismos probióticos em supermercados brasileiros.
Uma explicação para ter mais alimentos probióticos em outros países do que no Brasil é que o país começou a investir nesse tipo de produto muito tarde. Em sua pesquisa, Priscilla menciona a falta de apoio do governo em novas tecnologias e patentes para produção de alimentos probióticos.
O Brasil começou a investir neste segmento, mas os números ainda não são expressivos. "Explorar esse campo da indústria de alimentos tem sido uma tarefa lenta no país. Apesar disso, o mercado continua em expansão para esses produtos e é provável que nos próximos anos esses números tenham um crescimento significativo no mercado brasileiro".
O sorvete probiótico de Priscilla também não está em nenhum mercado. Mas é possível que isso aconteça em breve. "Estou pensando em patentear o processo e a fórmula usada na criação do sorvete", fiz.

Fonte: Info.

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