15 de jan. de 2012

Aposentadoria Gamer: PlayStation 2



É chegada a hora. O maior e mais completo videogame da história está prestes a ser relembrado (e porque não dissecado) por aqui. A história do PlayStation 2 pode ser facilmente confundida com a história dos videogames no geral, pois muito além de ser mais um console no mercado, o segundo videogame da Sony provou para todos na indústria o quanto que um bom hardware facilita a programação de bons jogos, resultando em um maior número de títulos e atingindo um maior número de pessoas. Não dá para dizer até hoje se o PS2 atendeu unicamente aos jogadores hardcore, os old-school ou os casuais, pois de fato ele atendeu a todos na medida certa.





A história (rápida) do PS2
 

Lançado em Março de 2000 no Japão e final do mesmo ano nos EUA e Europa, o PlayStation 2 foi um dos responsáveis por enterrar o concorrente Dreamcast da SEGA ao mesmo tempo que abriu uma vantagem de mais de um ano sob seus novos competidores (o GameCube e o Xbox). Este foi, definitivamente, um dos principais motivos que fizeram do PS2 um sucesso absoluto no mercado. Para você ter ideia, só no Japão, no dia do lançamento, foram vendidos quase 1 milhão de consoles, número que já apontava o sucesso do novo aparelho.
Porém o PS2 não foi lançado com muitos games considerados best hits pelos jogadores. O principal fator que impulsionava as vendas do console era o seu hardware, que usava como mídia o DVD-ROM. Isso permitiu que se instalasse uma base de consoles no mercado em função do recurso de reprodução de filmes em DVD, pois mesmo ele custando relativamente caro, ainda assim era uma melhor opção do que comprar um aparelho unicamente para ver filmes.
Sabiamente a Sony também fez grandes parcerias exclusivas com muitas produtoras de games, garantindo a exclusividade de títulos como Grand Theft Auto e Metal Gear Solid 2 por bons anos antes que eles fossem lançados para o Xbox. Seus principais jogos foram lançados mesmo no Natal de 2001, mesma época do lançamento dos consoles concorrentes, que de certa forma foram ofuscados pelos games do PS2. Se não bastasse, desde o anúncio do console a Sony soube martelar no recurso online do aparelho, lançando em 2002 seu adaptador para rede online acompanhado de um headset e do game SOCOM U.S. Navy SEALs. Como vantagem sob seu concorrente direto, a Sony não cobrava uma única taxa para se jogar online. Mas o grande trunfo mesmo foi fazer com que a Electronic Arts garantisse a exclusividade de seus games online até meados de 2004.
Dentre todos os consoles da época, o PS2 era sim, o que possuía o hardware mais fraco, seguido pelo GameCube e finalmente Xbox. Porém, era também o que possuía a arquitetura de desenvolvimento mais sólida e prática. Justamente por esse motivo que nasceu uma variedade de produtoras de games pelo mundo, desenvolvendo jogos dos mais variados gêneros para o console. Muitos é claro foram games completamente descartáveis, mas pela lista generosa de lançamentos, facilmente encontrávamos muito mais do que um único game que nos agradasse. Este foi o maior trunfo da Sony; o motor perfeito para possibilitar ideias criativas e rentáveis como a franquia Guitar Hero ao mesmo tempo que pôde ser estudado ao máximo ao longo dos anos, dando vida a games fantásticos graficamente (como God of War) e fôlego necessário para que a nova geração chegasse no seu tempo correto.
Hoje, quase 12 anos após seu lançamento, o PlayStation 2 carrega os maiores números da história dos games. Mais de 150 milhões de consoles foram vendidos pelo mundo; Quase 11.000 jogos foram lançados para ele desde seu lançamento; E mais de 1.5 bilhão de games foram vendidos pelo mundo. A Sony tinha a expectativa de que a vida útil do PS2 fosse de 10 anos, mas o console vende bem até hoje (são mais de 50 mil aparelhos vendidos no mundo toda semana) e, muitos games ainda são produzidos para ele. Enquanto este ciclo existir, o PS2 continuará sendo fabricado. E assim será.

TOP 3 – O “crèam de la crèam”

Shadow of the Colossus


Sim, amigo. Shadow of the Colossus também arrebatou meu coração gamer. Também não é para menos, da simplicidade genial a colossal tarefa imposta ao nosso herói resultou na verdadeira e seguramente, melhor forma de expressão de arte em videogame. Shadow of the Colossus é um dos poucos games com capricho digno de resumir o quanto nossa indústria de jogos é madura, criativa e capaz de se reinventar.
Estamos falando também da singularidade perfeita do chavão “menos é mais”. Em um mundo imenso no qual apenas você, seu cavalo e uma espada são responsáveis por mudar toda história, enfrentando poucas, porém inigualáveis criaturas gigantes é, sim, a melhor forma de expressão artística em um videogame.
A obra criada pelo mestre Fumito Ueda está para os games da mesma forma que qualquer um dos filmes de Alfred Hitchcock está para o cinema. Da mesma forma que os Beatles estão para a música. Como diria o amigo Solano, Seja Épico!



Zone of the Enders: The 2nd Runner



Talvez você não se lembre, mas o primeiro Zone of the Enders foi vendido trazendo como bônus uma demo de Metal Gear Solid 2. Até hoje o mercado aponta a excelente venda do game graças ao bônus com a nova aventura de Snake. Isso porque o primeiro ZoE, apesar de ter uma excelente história, era um game que carecia de muitas coisas, entre elas uma boa jogabilidade e um visual mais refinado.

Hideo Kojima, pai de Zone of the Enders, inspirado pelo resultado visual que o cel-shading causava nos games 3D (como The Legend of Zelda: Wind Waker e Jet Set Radio), bebeu desta mesma fonte para fazer com que ZoE 2 fosse um game completamente diferente de seu predecessor, adicionando animações entre as cenas não interativas. O resultado fez com que ZoE 2 se tornasse um dos games mais bonitos e bem acabados do console, com direito a uma das melhores jogabilidades até hoje para games com mechs.
Mas Zone of the Enders é especial por um outro motivo: sua história e a forma como ela é contada. Você gosta de Metal Gear principalmente pela sua história, não é? Pois Zone of the Enders causa este mesmo efeito. Sua continuação é tão perfeita que, traz inclusive um resumo animado do primeiro game para você assistir antes de curtir o jogo e compreender melhor a história.



Metal Gear Solid 3: Snake Eater




A primeira vez que terminei MGS 3 foi em duas manhãs, enquanto escrevia um dos maiores detonado que já fiz para uma revista de games. A imersão foi tanta que, até hoje, sempre que eu jogo algum game que acontece em uma floresta ou que o tema envolve a Guerra Fria, me faz lembrar e Metal Gear Solid 3. A história criada por Kojima é tão completa (e complexa) que nos faz refletir se, de fato, não existiu um Big Boss de verdade no pós guerra.

MGS 3 é o banquete perfeito para fã ou não da série conhecer a origem de um dos maiores personagens da história dos games. Este é também o melhor game de ação com direito a grandes inimigos que podem ser derrotados de várias maneiras diferentes (qual outro game pós MGS3 fez isso?). Não há como negar ou deixar de lembrar do trabalho da Konami e cuidado que tiveram para fazer deste o melhor Metal Gear Solid da história e um dos melhores games lançados até hoje.


TOP 10 – Clássico atrás de clássico


Resumir a biblioteca de games para PlayStation 2 em apenas 10 jogos foi, seguramente, a tarefa mais difícil da história. Ainda assim, o “exercício” que eu fiz nos últimos meses com os consoles lançados antes do PS2 me ajudaram a encontrar meus games favoritos do aparelho mais vendido da história com maior facilidade. Para os “10 mais” inicialmente eu havia pensado em escolher apenas títulos de fato exclusivos do PS2. Mas como fazer com clássicos como GTA: Vice City? Pensei também em escolher apenas games que até hoje não foram portados (seja em versão HD ou remake) para os atuais consoles. Mas isso me faria escolher 10 games que, cedo ou tarde serão relançados para um novo console. Por isso minha lista abre mão de todos estes preceitos e, parte do pressuposto de que estamos olhando apenas para o PS2 na época em que ele era o topo do mercado de games. Eis que minha lista ficou assim:

1. Shadow of the Colossus
2. Zone of the Enders: The 2nd Runner
3. Metal Gear Solid 3: Snake Eater
4. God of War
5. Final Fantasy X
6. Grand Theft Auto: Vice City
7. Kingdom Hearts
8. Onimusha 3: Demon Siege
9. Devil May Cry
10. Fatal Frame


Fatal Frame



Todos estes games dispensam apresentação. Mas também todos, com exceção de Kingdom Hearts e Onimusha 3 foram lançados para outro console (seja como remake, seja como port). O motivo de eu ter colocado o primeiro God of War, o primeiro Fatal Frame e o primeiro Devil May Cry na lista, ao invés de suas excelentes continuações, é um só: o fator novidade que estes games nos proporcionaram quando foram lançados é inesquecível. No meu TOP 10 também não há um game de esporte (inclusive corrida) ou luta, não porque o PS2 carecia de jogos destes gêneros, mas sim porque realmente não couberam.
Porém, assim como eu fiz com o PSOne, peço licença poética nesta coluna para incluir outros dois TOP 10. O primeiro, obviamente, com meus 10 RPGs favoritos (que poderiam facilmente ser uns 30):


1. Final Fantasy X
2. Kingdom Hearts
3. Valkyrie Profile 2: Silmeria
4. Star Ocean: Till the End of Time
5. Final Fantasy XII
6. Disgaea: Hour of Darkness
7. Xenosaga Episode III: Also sprach Zarathustra
8. Odin Sphere
9. Rogue Galaxy
10. Dragon Quest VIII: Journey of the Cursed King

O terceiro TOP 10 eu resolvi fazer com games fantásticos, mas pouco conhecidos por muitos jogadores. Veja só e entenda o motivo de cada um estar na lista logo abaixo:
1. Blood Will Tell
2. Tokyo Xtreme Racer Zero
3. Drakengard 2
4. Oni
5. Jade Cocoon 2
6. Psi-Ops: The Mindgate Conspiracy
7. Second Sight
8. Kengo: Legacy of the Blade
9. Auto Modellista
10. Champions of Norrath



Blood Will Tell é um game de ação baseado no mangá “Dororo”, do mestre Osamu Tezuka. Sério, amigo, eu o coloco na frente de 99% dos jogos de PS3 e Xbox 360. Jogue-o e você entenderá o motivo.
O mesmo se aplica a Tokyo Xtreme Racer Zero, ou simplesmente Zero One, o verdadeiro game de corrida de rachas e que inspirou todos os games de corrida com tuning lançados nesta e na atual geração. É melhor que qualquer Need for Speed com tuning, é melhor que qualquer Gran Turismo. Vai por mim.
Drakengard 2 é a mistura perfeita de RPG, ação em terra e ação no ar. Sem dúvida é o Panzer Dragoon do PS2;
Oni, da Rockstar, é o casamento perfeito entre Tomb Raider e Ghost in the Shell, ou seja, dispensa maiores apresentações.
Jade Cocoon 2 é o verdadeiro “Pokémon para adultos”;
Psi-Ops e Second Sight seriam hoje o Prototype e Infamous desta geração, só que com muito mais desafio e mistério (vai por mim novamente);
Kengo (sucessor espiritual de Bushido Blade), é o game de luta com espadas mais técnico que eu joguei até hoje;
Auto Modelista e Champions of Norrath talvez sejam os mais conhecidos desta lista, mas caíram no esquecimento por um revés de ambas produtoras. Definitivamente a Capcom deveria relançar seu game de corrida para alguma rede online da mesma forma que a Sony Online poderia muito bem lançar uma continuação épica do seu RPG medieval.

Onde jogar os jogos de PS2 hoje?

Como eu disse logo acima, boa parte dos principais clássicos de PS2 estão sendo relançados em versões HD ou remake. Por exemplo, se você ainda não conseguiu jogar Final Fantasy X ou Zone of the Enders, eu recomendo que aguarde ao relançamento de ambos para o PS3 ou até mesmo PS Vita. Games que já tiveram seus remakes ou ports lançados nem compensam ser jogados em sua versão original no PS2 (quem fala isso é alguém que tem uma coleção considerável de jogos de PS2).
Mas para todos os outros games que continuam exclusivos no console, minha dica é: compre um PS2 para jogá-los, pois hoje o console custa mais barato que um Nintendo 3DS. Ou veja se o seu PS3 possui retrocompatibilidade para jogos de PS2 e PS1.

….
Caramba, já posso respirar aliviado. O turbilhão PS2 acaba de passar por aqui.

O que você achou? Tenho certeza que o seu TOP 10 será diferente do meu, afinal todo mundo tem seus games favoritos e o PS2 é o console mais farto de bons games. Por isso conte para nós quais são os seus melhores games de PS2.
Na próxima semana voltaremos no tempo mais um pouco para relembrar os melhores games da plataforma com maior penetração no Brasil: o PC. Sim, eu disse que faria um especial para os games de computador, só não disse ainda como ele será feito. Aguarde e confie!



Nenhum comentário:

Postar um comentário