Empresas com equipe interna de tecnologia da informação (TI) ou que
contratam serviços terceirizados de TI conhecem muito bem a máxima:
quanto menos você precisar do suporte de seu time de tecnologia, melhor
será seu resultado e mais baixo seu custo. Afinal, sistemas complicados e
manutenções complexas exigem que seus colaboradores deixem as tarefas
de lado para pedir ajuda a TI, um sinônimo de queda de produtividade e
atraso nos projetos.
De acordo com Rodrigo Cavalcanti, professor do curso de pós-graduação
em gestão de TI da Universidade Federal da Bahia (UFBA), a tendência é
que as aplicações voltadas para a gestão das empresas, como os softwares
de ERP (sistemas integrados de informação), e outras soluções
desenhadas para gerenciar times de vendas, equipes de projetos e até
mesmo gestão de infraestrutura fiquem tão simples a ponto de poderem ser
manipuladas pelo usuário final com o mínimo de intervenção de
especialistas. “Os projetos modernos de software não são construídos
pensando no especialista, mas no usuário final, que precisará resolver
seus problemas de forma intuitiva e simples”, diz Cavalcanti.
Segundo o pesquisador da UFBA, essa tendência não elimina a necessidade
de profissionais de TI, mas sofistifica sua atuação. “Sempre serão
necessários técnicos em TI, porém cada vez menos existirá aquela pessoa
que fica numa sala, atendendo telefonemas e dando explicações sobre como
exportar um relatório ou imprimir um documento”, afirma o professor.
Complexidade na nuvem – A principal vantagem para as
empresas de fenômenos como esse é a redução nos custos com a TI, uma
vez que o número de horas de atendentes em call center ou suporte
presencial cai abruptamente se o usuário final tiver treinamento e
ferramentas adequadas para usar todos os recursos dos softwares da
empresa sem auxílio de especialistas.
Sérgio Rezende, diretor de pesquisa do Centro de Estudos Avançados do
Recife (Cesar), considera que as tarefas mais complexas de TI das
empresas já foram terceirizadas para soluções em nuvem, como a gestão de
infraestrutura e manutenção de hardware. “Quando as empresas contratam
soluções em nuvem, elas repassam para o prestador desse serviço todo o
trabalho com manutenção de servidores, estrutura de conectividade e
planejamento de infraestrutura, uma vez que, nesse modelo, é possível
expandir e diminuir o número de recursos contratados conforme a variação
de desempenho de seu empreendimento”, diz Rezende. O pesquisador do
Cesar alerta, no entanto, para a necessidade de escolher com
inteligência e muita pesquisa seu fornecedor de nuvem, já que este
agente terá grandes responsabilidades com sua empresa, o que pode
incluir até mesmo fazer backup de seus dados.
Uma vez feita a opção correta de fornecedor, restará para seu time
interno tarefas menos estratégicas (e complexas) de uso da TI. É nessa
fase que, recomendam os especialistas, vale a pena oferecer treinamento
para os softwares adotados e qualificar os colaboradores de áreas
dependentes dos serviços em nuvem, como vendedores, consultores de RH e
gestores de nível médio em áreas como finanças e produção.
O cenário ideal, explica Rodrigo Cavalcanti, é que os diferentes
times de uma empresa saibam explorar os recursos dos softwares em nuvem
adotados e precisem de pouco apoio da TI. “Uma dica eficiente é
incentivar os colaboradores com mais talento e habilidade para
tecnologia a compartilhar seu conhecimento com os colegas”, diz o
professor.
Na avaliação dos especialistas, esse ambiente permitiria reduzir os custos em horas contratadas de prestadores de serviço em TI e concentrar os investimentos em tecnologia apenas em áreas estratégicas, como planejamento e supervisão. “O melhor de tudo, no entanto, não é o corte de custos, mas o fato de a energia de sua empresa concentrar-se em seu negócio principal e não em manutenção de computadores e software”, afirma Cavalcanti.
Na avaliação dos especialistas, esse ambiente permitiria reduzir os custos em horas contratadas de prestadores de serviço em TI e concentrar os investimentos em tecnologia apenas em áreas estratégicas, como planejamento e supervisão. “O melhor de tudo, no entanto, não é o corte de custos, mas o fato de a energia de sua empresa concentrar-se em seu negócio principal e não em manutenção de computadores e software”, afirma Cavalcanti.